Mãe Maria
Há muitos anos sou devota de Nossa Senhora das Graças. E tive muitos momentos realmente mágicos em relação à presença dela em minha vida. Vou falar sobre quatro deles, embora haja outros.
O primeiro aconteceu na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Minha amiga Lúcia Helena e eu caminhávamos pelas ruas próximas do hotel quando começamos a conversar sobre espiritualidade e religião. Eu, então, falei a ela sobre minha devoção a Nossa Senhora das Graças. Ela, surpresa, me contou que também tinha a mesma devoção e passamos a conversar entusiasmadas sobre a força de Mãe Maria, quando decidimos entrar à direita em uma rua. Bastou virar a esquina e nos encontramos com uma imagem lindíssima de Nossa Senhora das Graças pintada em uma parede inteira. Ficamos emocionadas de tal maneira que não tivemos palavras. Foi um encontro com Ela e foi um selo para a amizade linda que surgiu entre nós duas.
O segundo aconteceu em 2006 quando eu fiz concurso para a UFRN. A própria Lúcia e minha mãe rezavam para Nossa Senhora das Graças rogando-lhe para que eu tivesse a luz necessária para dar o melhor de mim. Eu também rezei, pedindo apenas que o que fosse melhor me acontecesse. Saí para fazer o concurso com a medalha milagrosa que minha mãe me deu presa por dentro da blusa. Ao entrar no ônibus, lá estava Ela! Em uma outra grande e bela imagem no vidro bem atrás do motorista! Soube ali que eu passaria.
A terceira vez foi quando descobri que tinha um melanoma. O sinal foi extraído e fiquei esperando o diagnóstico. Como havia passado naqueles tempos por traumas emocionais importantes e já tinha o tal sinal há uns cinco anos, o prognóstico não parecia muito bom. Mas as orações de minha mãe e as minhas para Ela nos acalmaram o coração. Quando o laudo "in situ" chegou, a médica me disse que eu tive sorte. Eu sei que o que eu tive foi Mãe Maria.
O quarto aconteceu em 2012, dentro do avião que me levava para Aracaju e para o concurso para a UFS. Eu, por questões diversas, só tinha duas opções: passar ou passar. Quando estávamos já perto de chegar, pedi a Nossa Senhora das Graças um novo sinal, como o que tive em Natal. Segundos depois de eu formular o pedido, o piloto anunciou: "em 10 minutos pousaremos no aeroporto de Santa Maria". Assim se chama o aeroporto de Aracaju. E eu obviamente não sabia disso. Era meu sinal. Era uma nova mudança em minha vida. Ela, como sempre, estava cuidando de mim. Ela, como sempre, cuida de todos nós.
No dia 17 último, quando ouvi Roberto Carlos cantando a canção dedicada a Nossa Senhora, fiquei muito emocionada. A luz de Mãe Maria é realmente linda e tem um poder sem limites de nos oferecer conforto. Que eu possa estar à altura de orgulhar Mãe Maria sendo uma pessoa que segue seu exemplo, levando luz e amor para quem de mim necessite. E que, independentemente de crenças e de religiões, as pessoas possam chegar, um dia, à certeza de que somente a luz do amor pode transformar este mundo!
A crônica foi publicada no e-book Catimbó, que reúne 100 crônicas de minha autoria. Quem quiser acessar o e-book na íntegra, basta visitar https://www.ramalhochris.com/livros-books-livres-libros e clicar na imagem do livro. A referência da crônica é: RAMALHO, Christina. Mãe-Maria. In: _______. Catimbó. crônicas reunidas. Natal: LucGraf Virtual, 2018, p. 155-156.
Christina Ramalho
16/01/2021
(A foto que ilustra esta página foi tirada por Ana Cláudia Pinto de Souza no dia 20/01/2017)